FINADOS E A ABORDAGEM COTIDIANA DO LUTO INFANTIL - Pai de Verdade
Compartilhe este post!

Novembro é um mês marcado pelo Dia de Finados, uma data que pode ser difícil para pessoas que perderam um ente querido. O dia em si é um marco que convida a parar um pouco para lembrar dos que já foram. Mas, se para adultos lidar com o vazio da perda já é uma missão que demanda muita maturidade emocional e reflexão, como esse processo de adaptação ao luto acontece com as crianças?

Pelo fato de ainda estarem em desenvolvimento cognitivo e emocional, o tema morte ainda é muito subjetivo para as crianças menores. Dentro desse contexto, cabe aos adultos responsáveis introduzirem o tema, deixando de lado os tabus que envolvem o assunto e o tratando com naturalidade.

Na Região Metropolitana do Recife, cemitérios e crematórios costumeiramente recebem um fluxo significativo de visitantes durante o mês, mais especificamente no dia 2 de novembro, e a dúvida de muitos pais é se é ou não recomendado levar crianças junto. Para Beatriz Mendes, psicóloga especialista em luto no cemitério e crematório Morada da Paz, o importante antes de tudo é iniciar um diálogo prévio sobre o assunto.

“A recomendação é que os pais possam pensar junto à criança sobre essa possibilidade. Elas jamais devem ser obrigadas a ir. Quando a questão é a participação dos pequenos em rituais, é importante levar em consideração a idade, e preparar a criança para o que ela vai encontrar e como funcionará o momento da despedida. Diante disso, ela poderá ter mais recursos para decidir ir ou não”, explica Beatriz.

Caso a criança deseje ir, a psicóloga reforça que, mesmo depois de prepará-la para o que vai acontecer, é importante que os responsáveis se mantenham sempre presentes e atentos aos sinais que ela dá. “Em um momento tão sensível e, provavelmente, tão novo na vida da criança, é importante ter alguém de confiança respeitando suas necessidades, inclusive se ela desejar voltar para casa”.

É compreensível que os pais, na tentativa de se blindarem de conversas difíceis e de proteger a criança da dor do luto, acabem excluindo os pequenos desse momento, não dando a eles a chance de se despedirem. Porém, a psicóloga Beatriz Mendes reforça que esse é um momento para ser vivido como uma família.

“É importante que a criança possa ter acesso imediato à informação correta sobre o que aconteceu e a possibilidade de fazer perguntas. Além disso, o mais saudável é deixar que a criança participe do luto familiar, entendendo que ela terá espaço para expressar seus sentimentos, bem como manter a pessoa falecida em suas lembranças”, finaliza.

com informações da assessoria de imprensa.

Deixe um comentário