Esta segunda-feira (26) foi um dia mais do quê especial para várias famílias brasileiras: O Dia dos Avós. Um ano e sete meses após o inicio da pandemia da Covid-19 no país, as taxas de infecção começam a baixar, algumas pessoas já estão vacinadas, principalmente as faixas etárias acima dos 60 anos de idade, e algumas famílias que estavam afastadas por conta do risco da doença, voltam a se reencontrar. Muitos avós e netos que mantiveram uma relação apenas online, durante os últimos meses, com videochamadas, fotos e vídeos, hoje puderam se reencontrar e dar aquele tão esperado abraço, mas claro, ainda mantendo os cuidados para evitar a disseminação do vírus.
O psicólogo Jonatas Fernandes, explica que a relação entre avós e netos tem a função primária na lista de espera da formação de uma rede de apoio. A transferência de saberes e culturas é de suma importância para a construção pessoal de cada criança com o seu círculo social.
“Se temos os avós como a segunda geração no cuidado com a educação, temos a ideia de que a experiência de vida é superior as dos pais, e de fato essa experiência serve como um guia de redução do trabalho no contexto educador” afirma o psicólogo.
Na construção da identidade de uma criança, mesmo com toda singularidade e autonomia desses pais na condução direta dessa educação, os avós são grande parte desse contexto moral e ético familiar. Ainda segundo o psicólogo, de alguma maneira, eles estarão influenciando e nos serve entender que pessoas que crescem na presença dos seus avós, tem duas gerações de entendimentos sobre as coisas da vida, o que pode refletir numa melhor adaptação social.
Relatos de avós e netos
Avó de carteirinha, a bacharel em Direito, Júlia Tenório, ama falar sobre os pequenos, Filipe (de 8 anos) e Pedro (de 3 anos) e afirma que ser avó para ela é: “…uma segunda chance que Deus me deu, para que eu possa fazer tudo com mais calma, paciência e tempo.”
Júlia se tornou avó com 38 anos, e disse que o título, mesmo na pouca idade, não lhe abalou em nada! “Fiquei muito emocionada e feliz, pela oportunidade que o criador me concedeu”, disse a avó. “O dia 26 de julho significa para mim, um dia para celebrarmos o amor em dobro”, completa. Júlia nos contou como foi passar este tempo de pandemia, “longe” dos netinhos. Para ela, a tecnologia ajudou na relação e eles puderam se falar sempre por vídeos, áudios e mensagens.
Quem também é um ‘avô coruja’ e não perde a oportunidade de falar muito bem da sua relação com seus netos é o militar da reserva do Corpo de Fuzileiros Navais, Evanio Rodrigues. Avô de Ian, de 11 anos e Olívia, de 1 ano e quatro meses, seu Evanio conta que o prazer de ser avô é bem parecido como quando soube da chegada do seu primeiro filho.
“É muito gratificante, é sobre a experiência de ter os meus netos ao nosso lado”, completa Evanio Rodrigues. Ele se considera privilegiado por ter um convívio tão próximo com seus netos.
Alguns netos também aproveitaram este 26 de julho para homenagear seus queridos avós.
A graduanda em Direito, Ana Beatriz Vieira (@ana.bvs), de 20 anos, conta sobre o amor que sente pelos seus avós maternos, de quem esteve longe durante a pandemia. Neste dia importante, ela homenageia seu bisavô, Antônio Ramos, de 87 anos e sua avó, filha deste, Sulamita Vieira, de 60 anos.
“Ser neta dos meus avós é viver orgulhosa de tudo que fazem e sempre fizeram por toda a família. Nunca vi duas pessoas tão fortes e resilientes quanto eles, que sempre mantiveram o ânimo em qualquer situação. Espero poder honrar nossa família e ser tão forte quanto eles”, diz Ana.
Ela conta que durante a pandemia, eles não puderam se ver por muito tempo, porém isso nunca os abateu. “Converso com a minha avó por vídeo chamada pelo menos duas vezes por semana e nunca nos falta o que falar! Meus avós estiveram presentes em todos os momentos especiais da vida minha vida, desde formaturas até aniversários, eventos e festas de escola e eu torço muito que minha irmã possa ter a mesma oportunidade, porque ter esses avós é simplesmente mais do que especial!”, afirma a neta, já chorando, emocionada.
Para Ana, o Dia dos Avós é uma data para lembrar a importância de quem sempre a apoiou em tudo. “…De pessoas que me incentivaram a estudar, me mostraram caráter e exemplo todos os dias e que sempre me deram muito amor”, completa. Ela também homenageia seus avós paternos com quem convive todos os dias, Severino Cabral, de 74 anos e sua avó, Maria Aparecida, de 64 anos.
“Um dos momentos mais difíceis foi quando minha avó pegou Covid logo antes do nascimento da minha irmã e não podíamos visitá-la ou ajudá-la, nem ela podia ver a neta que tinha acabado de nascer e que foi hospitalizada duas semanas após o nascimento.” Dona Sulamita, só pôde conhecer sua segunda neta, Alice Vieira, atualmente com 3 meses, após 1 mês de seu nascimento, por conta da pandemia da Covid-19. O encontro emocionante ocorreu apenas no dia 9 de maio de 2021, duas semanas após a avó receber a primeira dose da vacina anticovid.
Dos que mimam os netos com doces aos ranzinzas, cada um tem uma boa história única pra contar, de superação, luta, dores e muito aprendizado. Com esses depoimentos emocionantes e inspiradores, desejamos à todos, um ótimo Dia dos avós e que todos tenham a oportunidade de estar ao lado daqueles que trazem a experiência e o legado, como um de seus maiores pilares.
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