Acolhimento e empatia são ingredientes da comunicação não violenta - Pai de Verdade
Compartilhe este post!

A Comunicação Não Violenta – CNV – pode ser vista como um caminho essencial para se estabelecer um diálogo mais efetivo, autêntico e empático entre pais e filhos. A convivência relacionada com o cotidiano pode ocasionar conflitos que podem ser transformados com cautela e sabedoria. 

O reality show, Big Brother Brasil 21, da Rede Globo, traz na edição atual o caso mais comentado sobre CNV e oportunidade de debate para a gente falar sobre o tema. Muitas postagens estão focadas no discurso de rejeição que uma jogadora teve, sendo eliminada do jogo com 99,17% dos votos. Diante da situação, fica o questionamento: será que estamos oferecendo espaço para a empatia? Será que há abertura para a mudança?

Karol Conká no BBB21 rivalizando com Carla Díaz. Reprodução TV Globo

Quando a criança vem com comportamentos que são “desaprovados” pela lei dos pais, será que damos chance de reflexão para que ela possa mudar? Detalhamos mais logo abaixo. 

Sobre o exemplo mais comentado de Comunicação Violenta – CNV, a mediadora de conflitos, especialista e mentora em CNV, Luanna Melo, explica que “é possível lançar um novo olhar para os conflitos, a fim de enxergarmos o ser humano que há por trás de determinado comportamento, o que significa sair de um padrão de comunicação que induz ao medo, à culpa ou vergonha – onde alguém precisa ser punido por algo -”. Luanna alerta ainda para “um caminho que conduz a uma conexão compassiva, com espaço para o diálogo, para o acolhimento das necessidades das pessoas envolvidas no conflito em questão”.

O norte-americano Joel Mitchell, 33, pai de três meninas, resolveu gravar um dos momentos em que os pequenos perdem o controle e o pai acolhe o momento com empatia. Vídeo viralizou em dezembro de 2019.

A partir daí, é possível cultivar um terreno fértil para uma possível reparação honesta. E o ponto de partida deste caminho, além da intenção genuína de conexão e da própria autoempatia – é a escuta empática. 

Assim, escutar com presença, nos livrando dos julgamentos e interpretações pessoais – o que não significa concordar com o outro – é fundamental para seguirmos em frente nesta jornada da não violência. Fácil? Não, pois estamos habituados a outra forma de comunicação. 

A boa notícia é que é plenamente possível nos reconectarmos com a nossa natureza compassiva, a partir do desenvolvimento de uma linguagem baseada na empatia e honestidade – que é a nossa linguagem natural. E por este motivo abrimos caminho para tratar deste assunto tão necessário.

Diante do exposto no BBB debatemos sobre nosso processo de construção ao longo da vida e como todos nós podemos, também, enfrentar grandes dificuldades de relacionamento, muitas vezes “explodindo”, e depois nos damos conta do que estamos promovendo ao redor e do exemplo que estamos oferecendo às nossas crianças.

Com o tempo e o crescimento, os pequenos começam a entender o poder do “não”. A partir daí, eles começam a negar muitas coisas. “Não vou tomar banho”, “Não vou dormir agora” ou “Não vou fazer a lição de casa”. Essas pequenas coisas do dia a dia podem se tornar grandes dramas, porém, existem maneiras de contornar estas situações. 

Non Violent Communication ou Comunicação Não Violenta (CNV) foi sintetizada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg e segundo o psicólogo André Daconti, “é uma linguagem, uma maneira de se comunicar, em que iremos nos entregar de coração naquela relação; ou seja, ela vai enfocar, vai olhar para os relacionamentos sob uma nova perspectiva”. Também segundo o psicólogo, com essa linguagem buscaremos  acolher as necessidades do outro e também as nossas próprias necessidades. Essas ações têm o objetivo final de evitar e/ou dirimir conflitos.

Sendo assim, um pai e uma mãe, por exemplo, podem se comunicar com o seu filho ou com sua filha de forma agressiva/violenta, em alguns momentos e em outros podem se comunicar de forma passiva, ou seja, permitindo tudo e não colocando os limites necessários e estruturantes ao desenvolvimento saudável daquela criança e/ou adolescente. Por outro lado, esse pai e essa mãe também podem se comunicar com essa criança de maneira assertiva, amorosa, compassiva, verdadeira  e construtiva. Por fim, a comunicação não violenta nos estimula a isso, ou seja, é uma linguagem que serve para gerar respeito e empatia nas relações.

 

A CNV é um estado de consciência em que a compaixão, o respeito, a atenção e a empatia prevalecem entre as pessoas, através da comunicação. O processo busca entender o que nos leva a agir de maneira violenta e como nos manter conectados à nossa natureza compassiva.

Ainda segundo o psicólogo André Daconti, a CNV tem inúmeros benefícios. Numa relação de casal, por exemplo, o método certamente facilitará o diálogo existente entre eles e isso vai ajudar a resolver muitos conflitos e também a evitar que outros venham a acontecer. 

A técnica, utilizada na relação entre pai ou mãe e seu filho(a), por exemplo, irá facilitar que a criança e o adulto sejam compreendidos e que haja respeito na relação familiar. Sendo assim, os relacionamentos familiares serão mais construtivos e funcionais. Observando, ainda, a relação entre irmãos, é possível que a partir desse conhecimento da comunicação não violenta essas crianças possam trocar entre si, possam interagir e sempre construírem uma relação pautada no respeito, na dignidade e no amor.

Por fim, o psicólogo destaca que “o maior benefício da comunicação não violenta é tratarmos uns aos outros com amor!”.

Deixe um comentário