Saiba como lidar com aumento das mamas masculinas na adolescência - Pai de Verdade
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Geralmente ocorre por volta dos 10 a 12 anos e quando menos se percebe os peitos masculinos começam a doer ao ser tocado por algum motivo. Seja vestir uma camisa, seja porque na brincadeira de rua ou com colegas da escola tocaram sem querer na mama do garoto. Daí inicia uma processo que parece um tanto estranho para alguns meninos, mas pode ser o início da descoberta da ginecomastia puberal, o aumento da mama masculina na adolescência.

Exatamente na época dos 13 ou 14 anos que hoje o idealizador  do Papai Atípico (@papaiatipico), o editor de vídeo, Guilherme Bucco, de Curitiba descobria uma sensibilidade estranha nas mamas ao vestir uma camisa. Após comentar com a mãe, então foram ao médico e descobriram que era uma dor comum em alguns garotos nesta faixa etária. 

Guilherme Bucco, de Curitiba, pai da Dora ao lado da companheira Ana. Foto: Lou Bueno/Divulgação.

A causa, segundo o Dr. Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico, com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês, “geralmente, é resultado do aumento do estrógeno, hormônio sexual feminino, responsável pelas características físicas das mulheres, inclusive o tamanho dos seios”. 

A maioria dos casos de ginecomastia puberal tem involução espontânea em até três anos, ou seja, a mama volta ao tamanho normal sem que haja necessidade de intervenção médica. No entanto, se o aumento for considerável e houver repercussões psicossociais importantes, haverá indicação de tratamentos específicos.

No caso do Guilherme Bucco ele procurou organizar a alimentação aos 19 anos porque se incomodava com a estética do corpo por se considerar acima do peso médio para a idade. Até piadas de mal gosto eram ditas para o editor de vídeo que chegou a ser questionado se esqueceu o sutiã em casa ao ser visto sem camisa na piscina. 

“É preciso, primeiramente, buscar a fundo as causas da ginecomastia. Daí a importância de uma rigorosa avaliação do paciente, envolvendo histórico, exames laboratoriais e exames da massa da mama, situada atrás e ao redor da região da aréola. Após os exames e o diagnóstico, é possível concluir qual conduta a ser tomada”, afirma Luís Felipe Maatz.

Dr. Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico. Foto: Divulgação.

Como é o tratamento

Uma vez detectada a ginecomastia puberal por problemas hormonais, as formas de tratamento envolvem o uso de medicamentos inibidores do receptor de estradiol, que é o hormônio que estimula as glândulas mamárias. Dependendo do tamanho alcançado pela mama, uma cirurgia plástica pode ser indicada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, qualquer paciente saudável e com mais de 16 anos pode realizar o procedimento. 

Segundo Luís Maatz, normalmente, a técnica mais utilizada é a mamoplastia periareolar, que consiste na retirada do excesso de tecido da região, podendo submeter à lipoaspiração, e no reposicionamento dos mamilos e das aréolas na parte mais superior das mamas. As cicatrizes são quase imperceptíveis e discretas no contorno das aréolas. 

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No pós-operatório, o paciente deve usar malhas de compressão para reduzir o edema e evitar a formação de líquidos. Também deve evitar, por cerca de 15 dias, atividades que exigem esforço físico. 

“A recuperação total depende de cada paciente, mas, geralmente, já é possível retomar a vida normal a partir de 6 a 8 semanas, quando os resultados já são visíveis. Vale lembrar que seguir as recomendações do médico à risca acelera o processo de recuperação”, finaliza Luís Felipe Maatz.

Leia o relato completo do Guilherme Bucco, de Curitiba, pai da Dora, companheiro da Ana, editor de vídeo, idealizador do Papai Atípico.

Não lembro ao certo quando o aumento das mamas começou, mas tinha uns 13 ou 14 e em um dia qualquer de semana, eu vesti a camiseta do colégio e senti uma sensibilidade estranha nas mamas. Era um tipo de dor daquelas de quando você bate o braço no trinco da porta, passa uns dias e só dói quando você toca no lugar.

Achei estranho e comentei timidamente com minha mãe, que me levou ao médico. Lá, soubemos que essa dor era algo comum durante a adolescência, mas passaria, como de fato passou.

Porém, eu tinha muitas questões com a minha aparência por me achar acima do peso. Então tirar a camisa em público era algo impensável pela união de duas coisas que me incomodavam: barriga e mamas salientes. Algo diferente do que eu via nos outros meninos da minha idade.

Até um dia quando uma pessoa do colégio levou fotos de uma viagem que havíamos feito. Eu estava com 15 anos e nas fotos 14. Um menino pegou uma delas na qual estávamos em uma piscina e foi falando uma por uma as pessoas na foto, até apontar para alguém que estava meio boiando de costa, com o peitoral para fora da água, e perguntou “quem é esse que esqueceu o sutiã?”. Bom, era eu.

A partir daí, o leve incômodo com meu corpo se tornou uma mistura de desprezo com tristeza. Mas foi aos 19 anos quando resolvi cuidar mais da minha saúde alimentícia e física, e decidi procurar sobre cirurgia plástica para retirada das glândulas mamárias. As minhas não eram tão salientes como os exemplos mostrados pela cirurgiã, porém eram grandes o suficiente para me deixar desconfortável. Talvez elas fossem assim mais pela gordura do que pela própria glândula. 

Eu me incomodei com isso em uma idade na qual muito nos incomoda. Felizmente, esse tipo de incômodo tem uma solução simples, caso a pessoa ache que precise. Não tem problema nenhum em ter as mamas mais salientes, como não tampouco é um problema em querer retirá-las. É, acima de tudo, uma questão de aceitar e se sentir confortável com o próprio corpo e com o falar sobre ele. E é muito importante acolhermos a pessoas que se queixe de seu corpo, pois todos temos direito de nos sentirmos bem nessa casca que habitamos.

Sugestões de pautas: paideverdade.pe@gmail.com

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