Resolução publicada nesta semana determina a proibição do uso dos equipamentos com mercúrio. Até a substituição dos equipamentos é preciso cuidado principalmente com crianças.
Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicada nesta semana proíbe, a fabricação, a importação, a comercialização e o uso em serviços de saúde de termômetros e esfigmomanômetros (medidores de pressão arterial) com coluna de mercúrio em todo o Brasil. A determinação passa a valer a partir de janeiro de 2019.
No dia 7 de março, a diretoria colegiada da Anvisa aprovou medidas para retirar e proibir do mercado materiais de saúde que usam mercúrio na composição.
Entre as determinações está a proibição do uso de mercúrio em termômetros e medidores de pressão corporal com coluna de mercúrio e o uso de mercúrio e liga de amálgama não encapsulado em odontologia.
A determinação vale também para suspender o uso desses equipamentos em serviços de saúde. Segundo a Anvisa, a proibição dos medidores de pressão com coluna de mercúrio e dos termômetros é resultado da Convenção de Minamata, assinada pelo Brasil e outros 140 países, em 2013, para eliminar o uso de mercúrio em lâmpadas, pilhas e equipamentos de saúde.
Riscos à saúde humana e ao meio ambiente
A Anvisa alerta para a contaminação do meio ambiente porque o mercúrio está ligado diretamente aos riscos provocados pela exposição ao mercúrio para a saúde humana. Dados do Ministério do Meio Ambiente revelam que a exposição a 1,2 miligramas de mercúrio por algumas horas pode causar bronquite química e fibrose pulmonar em seguida.
O mercúrio pode provocar ainda problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, caso a exposição ao material ocorra por períodos longos.
Se uma variação do mercúrio, o ‘metil-Hg’ – a forma mais tóxica aos mamíferos principalmente – atingir no o sistema nervoso central causará disfunção neural, paralisia e pode levar à morte.
Termômetro com mercúrio em casa
A agência também ressaltou que, como se trata de um produto sem prazo de validade, é possível que algumas pessoas ainda tenham termômetros com mercúrio em casa.
A quantidade da substância presente em termômetros de uso caseiro, segundo a Anvisa, não chega a ser comprometedora, mas, em caso de acidentes, a orientação é manter as seguintes precauções:
– Não permita que crianças brinquem com as bolinhas de mercúrio.
– Utilize luva e máscara e recolha com cuidado os restos de vidro em toalha de papel, coloque em recipiente resistente à ruptura para evitar ferimento e feche hermeticamente
– Localize as bolinhas de mercúrio e junte-as com cuidado, utilizando papel cartão ou similar. Recolha as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas menores podem ser recolhidas com fita adesiva
– Transfira o mercúrio recolhido para recipiente de plástico duro e resistente, feche hermeticamente e cole um rótulo indicando o que há no recipiente
– Recipientes que acondicionem mercúrio líquido ou seus resíduos contaminados devem estar armazenados com quantidade de água (selo hídrico) capaz de cobrir esses resíduos, para minimizar a formação de vapores de mercúrio
– Identifique o recipiente, escrevendo na parte externa “Resíduos tóxicos contendo mercúrio”
– Não use aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, assim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador
– Coloque o recipiente em uma sacola fechada.
– Entre em contato com o serviço de limpeza urbana do seu município ou órgão ambiental (estadual ou municipal) para saber como proceder a entrega do material recolhido.
Substitutos do mercúrio
A Anvisa destacou que termômetros e medidores de pressão com coluna de mercúrio já vêm sendo substituídos no Brasil por outras tecnologias. Levantamento de junho de 2016 aponta que apenas dois termômetros com coluna de mercúrio tinham registro na agência em meio a 63 registros de termômetros digitais.
O mesmo levantamento mostrou que existia apenas um registro de medidor de pressão com coluna de mercúrio contra 42 registros de esfigmomanômetros que não usam a substância.