Uma bebê de pouco mais de 20 dias de nascida está imunizada com 94,2% contra o novo coronavírus. A surpresa na confirmação chega para o pai, o médico ortopedista Antonio Carlos Souza, 32 e a mãe, a a dentista Anna Carla Calazans, de 33 após receberem o resultado do teste de anticorpos totais neutralizantes feito em um hospital particular do Recife.
A bebê Anna Carolina Calazans está protegida depois que a mãe dela foi vacinada nos dias 15 e 30 de março. Na época, a dentista estava com sete meses de gestação e foi imunizada com duas doses da CoronaVac/Butantan, em posto de vacinação de Olinda, no Grande Recife.
O índice de proteção da mãe é o mesmo da bebê: 94,2%. Anna Carla Calazans disse que conversou com o obstetra que acompanhava a gestação afirmando a vontade de ser imunizada. “A princípio quis proteção e não ter complicações durante a gestação e proteger a minha filha porque tinha a possibilidade dela nascer imune”. A dentista disse ainda que não pensou duas vezes e “quando saiu o resultado dela foi uma felicidade sem tamanho ao constatar que Anna Carolina (a bebê) está protegida e traz muita esperança e alegria para toda família”.
O apelo da dentista Anna Carla Calazans, mãe da bebê que nasceu com mais de 94% de imunização contra o coronavírus é que a sociedade acredite na ciência.
Em entrevista ao blog Pai de Verdade, enquanto segurava a filha no braço para a esposa tomar um banho, o médico ortopedista Antonio Carlos Souza envia respostas e diz que a gestação do casal não foi planejada. “Desde a descoberta foi muito planejada”.
Por ele e a esposa serem médicos e se expondo ao novo coronavírus então eles opataram pela vacinação. O médico ortopedista encoraja outros casais a estudarem a vacinação principalmente nas gestantes. “Confiem na vacina e conversem com seus médicos”, finaliza. Nesta quarta (2), o pai disse que foram à consulta de rotina realizar o teste do pezinho e da orelinha e tudo corre bem. 
O obstetra da dentista, Thiago Saraiva, avalia a decisão da gestante em se proteger contra o novo coronavírus. “Existe um boletim emitido da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia junto a Sociedade Brasileira de Imunizações e a de Pediatria e a Médica do Brasil recomendando a vacinação”.
Também baseado no estudo e consultas com a paciente, o obstetra Saraiva disse que “as gestantes e puerperas – mulheres no período de até 42 dias pós-parto – devem tomar a vacina seja Coronavac/Butantan ou Pfizer”.
O virologista Rafael Dhalia, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e membro da Academia Pernambucana de Ciências explica a proteção de mãe para filha. “Durante toda a gestação os anticorpos maternos são transferidos para o feto para garantir a imunidade e o processo de transferência imulogógica ocorre também durante a amamentação”. Ainda de acordo com o pesquisador Dhalia, não se tem certeza do tempo de proteção, mas acredita-se quem uma média de 9 meses após o parto ou o último dia da amamentação. Nesse tempo depois de seis mese de vida é possível a vacinação contra a gripe. Para acompanhar seria necessário realização de testes periódicos.
Ainda de acordo com o pesquisador da Fiocruz não se sabe sobre a segurança da vacina contra a covi-19 para bebês, mas estudos estão avançando.
O virologista Rafael Dhalia disse também que “em fevereiro a Pfizer registrou um estudo específico para mulheres gestantes e lactantes e em março apresentou resultados bem robustos, demonstrando uma resposta imune alta com transferência de imunidade”.
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