A sociedade pós-moderna tem um grande desafio, em diversos aspectos, para estabelecer vínculos. No entanto, uma parcela da população tem um sofrimento a mais com essa questão: são essencialmente as mães que engravidam e são deixadas de lado pelo companheiro que não reconhece a paternidade da criança fruto da relação desenvolvida. E como tudo na vida há dois lados, há frequentemente casos de reconhecimento, porém com falta de afetividade e compromisso no processo de criação e responsabilidades diárias na contramão do que estabelece o Código Civil para a constituição de família.
Com o objetivo de esclarecer pais e mães sobre essas situações e várias outras que infelizmente marcam esse universo de descompromisso com os filhos, a Associação Pernambucana Das Mães Solteiras (Apemas) e o movimento Pai de Verdade, com a co-realização do Córdula Advogados e apoio do Colégio DOM, irão promover uma série de encontros virtuais a partir da próxima segunda-feira (3), com base no tema “Maternidade & Paternidade: Direito de Todos”. Os encontros são gratuitos e ocorrerão através da plataforma Google Meet, o link do formulário para inscrições está no fim desta matéria.
“De acordo com o Art. 1634, compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em um poder, mas também um dever, relacionado aos filhos, de dirigir-lhes a criação e a educação, assim como zelar pela sua guarda e cuidados. Vamos explicar e orientar quem passa por esse desafio sobre a melhor forma de resolver a situação perante a lei desde a concepção, quando falaremos de alimentos gravídicos, por exemplo, até questões relacionadas à guarda e alienação parental”, explica o advogado Cláudio Córdula.
De acordo com a presidente da Apemas, Marli Silva, esse tipo de projeto é muito importante por vários motivos. “É um problema que acontece mais e mais, e que as dúvidas sempre pairam até porque é um tema contraditório, sendo atual e esquecido ao mesmo tempo. Nossos esforços são feitos diariamente para que organizações como a Assembleia, a Câmara Dos Deputados, a Ordem Dos Advogados do Brasil – OAB, faculdades e afins possam resguardar o direito da família. É um número muito alto de pessoas sem o nome do pai na certidão de nascimento. E isso gera um sentimento clandestinidade, vira vergonha para a maioria. A paternidade garante carinho e respeito, além de vários benefícios como pensão alimentícia e herança”, pontua Marli, que contabiliza mais de 30 mil casos resolvidos.
O jornalista e idealizador do movimento Pai de Verdade (@paideverdade), Fernando Alvarenga destaca a pesquisa da Situação da Paternidade no Mundo, que foi desenvolvida recentemente pela da ONG Promundo. “O levantamento de dados enfatiza que colocar o pai como parte do processo de cuidado e de educação da criança cria um compromisso que nós homens possamos assumir 50% das funções gerando mais igualdade de gênero e possibilidades financeiras para as mulheres”, destaca Fernando. “Vale lembrar que ser pai vai além de prover financeiramente. É mais presença do que presente. É criar laços com a criança gerando afetividade e alicerce principalmente na primeira infância, aquela que vai até os seis anos, e essa experiência amplia a masculinidade nos tornando mais fortes”, completa o jornalista, como incentivo para aqueles que ainda não atestaram seus filhos.
AGENDA
Na segunda (3), interessados poderão conferir a troca de experiências com base no tema “Alimentos Gravídicos”. Na quarta (5), o foco será para o “Exercício da Paternidade”, enquanto na sexta (7), as atenções estarão centradas na “Alienação Parental”. Em tempo, os encontros serão das 20h às 21h30 e as inscrições poderão ser feitas sem qualquer custo por meio do link https://forms.gle/GtmmgMxi1Nyg3myu7. Dúvidas e informações adicionais podem ser esclarecidas no (81) 98531-1020, que também funciona como WhatsApp.
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