Nesta semana as redes sociais levantam vídeos que trazem registros com a frase “Olha o Gusttavo Lima ali…” com o objetivo de impor medo e na maioria dos casos provocando horror nas crianças. A orientação psicológica é que os vínculos familiares são construídos de maneira saudável com o colorir das emoções, portanto as atitudes devem ser repensadas.
Especialistas alertam que o medo é necessário, mas a “brincadeira” disfarçada de pavor mental poderá causar lesões em suas emoções na construção desse colorir.
Os registros postados nas redes sociais estão na contra-mão desse respeito e trazem gritos dessas crianças assustadas. Alertamos que o conteúdo postado é para provar que as atitudes foram feitas e por isso desencorajamos tal comportamento. Explicamos também que desconhecemos quaisquer famílias com o material divulgado.
O blog tentou ouvir a opinião do cantor, Gusttavo Lima, diante da “brincadeira” que usam o nome dele para assustar as crianças e por meio de sua assessoria de imprensa fomos orientados a reproduzir as postagens das redes sociais.
“As crianças gostam de mim gente 😂. Ceis ficam assustando, mudando a entonação de voz !! Ohhh vou te falar hahah” e no outro post tem “Na minha época morria medo do tal do CHUPA CABRA, hoje virei refém do meu próprio medo kkkkk”
As crianças gostam de mim gente 😂
Ceis ficam assustando, mudando a entonação de voz !! Ohhh vou te falar hahah pic.twitter.com/QePvbHzDCI— Gusttavo Lima (@gusttavo_lima) August 19, 2020
Nos anos 90 ao invés de citar o “Gusttavo Lima”, o “bicho papão, o homem do saco” era o que promovia medo no imaginário infantil.
No Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990 – no artigo Art. 232 traz que “submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento é passível de pena de detenção de seis meses a dois anos.
O psicólogo Jonatas Fernandes explica que brincando a criança rega com cores a construção de seu mundo no brincar e por isso “existe uma necessidade de que esta construção seja sadia para os vínculos estabelecidos naquela família ou relações sociais desta criança.”
E na “brincadeira” da imposição do medo em que os adultos constroem um “Gusttavo Lima” na mente das crianças a atitude pode prejudicar e o colorir de emoções e destabilizar o vincular das crinnças?
Nos vídeos as idades das crianças parecem variar de 4 a 6 anos e são estimuladas a serem controladas, na avaliação do psicólogo Jonatas Fernandes, em “aparente intimidação de medo” para evitarem comportamentos em que os adultos não conseguem orientar para que não façam. Jonatas dispara sobre a atitude adulta que “brincadeira é de brincar, e não de assustar!”
Ainda de acordo com psicólogo Jonatas Fernandes “é preciso atenção da pessoa adulta para os males de uma provocação de medo sem intenção de benefício. O medo é necessário, mas a brincadeira poderá causar lesões em suas emoções na construção desse colorir”.
É importante que os pais, mães e outros familiares atentem para a inteligência emocional. No eixo das próprias emoções, existem três pilares: autoconsciência (entender e conhecer as próprias emoções), autogestão (lidar com as quatro emoções básicas do ser humano: alegria, medo, tristeza e raiva), e a automotivação (habilidade de realizar e atitude de fazer).
Já no eixo das emoções do outro, há dois pilares: empatia (reconhecer as emoções do outro) e habilidade social (lidar com a emoção do outro).
Nas ações dos adultos que gritam: “Olha o Gusttavo Lima” empatia e habilidade social para lidar com as emoções dos outros é o que não se percebe.
O psicólogo Jonatas Fernandes (CRP 02/18617) faz atendimento clínico com agendamento pelo número: +55.81.99519-5711
