Abuso na infância, conflitos familiares e separações afetivas são as principais causas de depressão e que muitas vezes podem chegar a um cenário de suicídio. As situações clínicas de depressão dependem da fase da vida. Para os jovens, se sentir excluído de um grupo (ou seja, geralmente o bullying) é motivo, já para as crianças, brigas com os pais e não se sentirem amadas são as principais causas apontadas.
O mês de setembro é dedicado à valorização da vida, mas isso é um dever de todos os dias. “No mundo, a cada 45 segundos, uma pessoa põem fim a própria existência. No Brasil, este número é de uma pessoa a cada 45 minutos. Mas sabemos também que 90% dos casos de suicídio podem ser evitados se estivermos atentos aos sinais de alerta e quebrarmos os tabus que existem em torno do tema”, comenta a presidente da Sociedade Pernambucana de Psiquiatria, a Dra. Kátia Petribú.
Com os adultos, os sinais são geralmente no trabalho. Perda de rendimento. Com jovens, tem prejuízos no rendimento escolar. O cuidado com a autoimagem é outro sinal muito evidente de depressão em jovens e adultos. Mas os pais precisam ficar atentos também com as crianças.
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“É preciso saber separar um transtorno psiquiátrico de um desinteresse. No transtorno psiquiátrico, os sinais são mais evidentes. As pessoas ficam com comportamento de se despedir, desinteresse por alimentos que gostam, por exemplo”, explica Marília Pereira, psicóloga e doutora em Neuropsiquiatria pela Universidade Federal de Pernambuco.
Para ajudar ao próximo, é necessário aceitar que a pessoa está doente. Dialogar com as pessoas é o caminho para iniciar uma ajuda. Esclarecer aquele amigo ou familiar que a doença existe e que precisa de tratamento de um profissional de saúde como psicólogo ou psiquiatra são passos fundamentais.
“A primeira causa de morte dos jovens são acidentes, e a segunda é por suicídio. Crianças com 5 e 6 anos de vida, às vezes, fazem ingestão de substâncias químicas com a intenção de tirar a vida”, explica Marília Pereira, alertando para o cenário e explicando que, em cada etapa da vida, os problemas são diferentes, mas que devem ser levados em consideração quando se aponta que a pessoa está passando por dificuldades.
Dados do Centro de Assistência Toxicológica em Pernambuco apontam que, em 2016, 4.500 pessoas tentaram suicídio por envenenamento. “As maiores tentativa no Brasil são por enforcamento e armas de fogo”, acrescenta Marília Pereira. O bairro de Boa Viagem é o do Recife onde as pessoas mais tentam suicídio por precipitação.